Meu primeiro post do ano! Claro que já devia ter feito há semanas, mas eu não tenho um pingo de vergonha na cara, então... final de janeiro e aqui estou eu desejando Feliz Ano Novo quase no meio do ano! (exageradaa!). E não posso deixar de agradecer pelos comentários e visitas ao meu último post (aquele láaaaa em 2012. Dá um desconto que sou colunista)
Meu livro e minha estante desarrumada que eu cortei da foto ;P |
Morte Súbita
J.K. Rowling
501 páginas
Editora Nova Fronteira
Quando Barry FairBrother morre inesperadamente aos quarenta e poucos anos, a pequena cidade de Pagford fica em estado de choque.
A aparência idílica do vilarejo, com uma praça de paralelepípedos e uma antiga abadia, esconde uma guerra.
Ricos em guerra com os pobres, adolescentes em guerra com seus pais, esposas em guerra com os maridos, professores em guerra com os alunos… Pagford não é o que parece ser à primeira vista.
A vaga deixada por Barry no conselho da paróquia logo se torna o catalisador para a maior guerra já vivida pelo vilarejo. Quem triunfará em uma eleição repleta de paixão, ambivalência e revelações inesperadas? Com muito humor negro, instigante e constantemente surpreendente, Morte Súbita é o primeiro livro para adultos de J.K. Rowling, autora de mais de 450 milhões de exemplares vendidos.
Resenha
Pra falar a verdade, eu não queria
escrever a resenha desse livro. Não pelo livro, digo isso agora que terminei,
mas porque J.K Rowling sempre será um tópico especial demais para lidar e eu fiquei pensando, o que escrever sobre um livro que o principal são os personagens e não exatamente a história.
Mas eu li e vivi esse livro por
umas duas semanas, porque eu enrolei lendo. Não posso dizer que não era o que
eu esperava, porque li sem esperar nada. Fui para ele de cabeça aberta,
esperando apenas por uma boa história, muito bem escrita e contada. E isso eu
consegui. E também não direi que estou apaixonada, porque com certeza não
estou. Esse é um daqueles livros bons que eu indicarei a cada um de vocês, do
qual terei elogios e contrapontos, mas que jamais pretendo reler.
O que me fez parar de preguiça e
começar a escrever foi a surpresa ao chegar a casa da minha tia, uma senhora
já, que acabou de criar um Facebook e mais espiona do que participa ativamente
desse mundo online. E ela resolveu comprar esse livro porque viu que eu já
havia lido. Então ela me disse: Eu estou lendo aquele livro da Morte que você
terminou. É bom, mas nossa, quanta gente. To na página 60 e já estou perdida.
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A autora e a versão em inglês do livro |
E não, ela não está nem um pouco
senil. Está certíssima. Quanto mais eu virava as páginas, mais gente aparecia.
Cada um com tantas particularidades, personalidades, histórias, ambiguidades e
méritos e decepções que você fica de um lado pro outro sem saber a qual
personagem se prender. E aí percebe que não se prenderá a nenhum pelo menos
até o meio do livro.
Eu sei que certo dia cheguei a página
150 e percebi que na verdade nada realmente havia acontecido. E eu continuava
lendo, imersa na profundidade do mundo de pessoas que a J.K criou. Sim, porque
são pessoas, eles ultrapassam os meros personagens superficiais com os quais
vivemos satisfeitos. E essa autora é simplesmente mestre na criação de ótimos personagens. Ela apresenta um bando de gente, ricamente construída em
suas contradições. Você provavelmente não amará ninguém até as últimas páginas
e talvez nem aí. E sim, vai sentir que está cansado, que encheu o saco daquele
bando de gente e suas mesquinharias, suas palhaçadas e belos atos. Mas continuará lendo, entretido demais para notar que todos são
interessantes e ordinários.
A divisão em partes me ajudou a me situar melhor na história e as entradas das seções eram ótimas,
eu relia umas três vezes tentando entender e ligar aquele pequeno parágrafo ao
que eu achava que ia acontecer. Não há nenhum grande mistério, nenhuma pegadinha,
absolutamente nada. Só a vida diária de uma cidade inteira. E é aí que ela vai
te capturar. Afinal, se nós não fossemos apaixonados por tomar conta da vida
alheia (melhor ainda se for no mundo literário) não leríamos tanto, o BBB não
faria tanto sucesso e a fofoca já estaria extinta.
Parte Quatro
Lunáticos
5.11. Para a jurisprudência, os idiotas são considerados permanentemente incapacitados para o voto, mas as pessoas que sofrem distúrbios mentais podem votar durante intervalos de lucidez.
Charles Arnold–Baker
Administração de Conselhos Locais7º edição
O livro é rico, é detalhe demais
para se prender, gente demais e eu vou ficar com o simples e falar o que vem a
minha mente. Mal dá tempo de gostar tanto assim do Barry Fairbrother, o
personagem principal e onipresente. Acredite, tudo gira em torno dele e o usa
como desculpa para esconder todos os desvios dos habitantes da cidade. A vida
parecia seguir seu curso, como sempre acontecia em Pagford. Mas um dia, um
adolescente reprimido resolve revidar. E a história realmente começa a se
desenvolver e criar uma teia intrincadíssima com reações em cadeia no maior
estilo efeito dominó.
E um parêntese aqui. Novamente
J.K nos mostra seu talento para os adolescentes. Eles mandam na história, você
volta para aquela época, revive aquele momento e entende cada palavra sem, no
entanto ser levado a isso daquela forma mágica que os livros infanto juvenis tentam fazer ao te enganar completamente. Estamos lendo como adultos aqui, a
vida não é sempre bela e nem horrenda todo o tempo. Mas não há mágica em
Pagford, muito menos em Fields.
A história segue, cada hora numa
casa, cada momento com um personagem e uma visão de toda a situação. Você
concorda aqui e discorda ali e percebe que acaba não concordando totalmente com
ninguém. E toda a confusão política, como sempre, é só uma guerra de egos que
você percebe que é maior do que a própria cidadezinha pitoresca onde se passa a
maior parte da história. E tudo e todos são tão detalhados que na boa, você tem
que ler ou eu só vou te mergulhar numa sopa de letras mais doida que os
viciados do livro.
Sabe quem eu mais odiei? Shirley
Mollison. Ela conseguiu ser a pessoa mais detestável de Pagford, ganhando mesmo
do Bola por quem eu fiquei enojada depois do que fez na festa.
O Simon, aquele ogro, devia ser preso. E saber que existem tantos como ele por aí, não torna a experiencia melhor.
O Simon, aquele ogro, devia ser preso. E saber que existem tantos como ele por aí, não torna a experiencia melhor.
A Samantha Mollison faz você
pensar, não faz? E se eu acabar como ela? Cara, eu conheço alguém como ela. E
eu fiquei tão desapontada quanto ela, eu também queria ir.
A Mary Fairbrother, esposa do
falecido personagem “principal”, é uma mistura de revolta e mesquinharia. Assim
como o Gavin, aquele babaca.
Até agora eu não sei se sinto
pena ou raiva dos Wall por serem tão bons, mas tão babacas.
Sabe, eu fiquei encantada pela
Gaia. Eu queria que o cara de pizza se desse bem, mas ao menos nisso fomos
deixados em paz com nossas esperanças e não posso dizer que esse livro nos dá
muito disso, não é?
E no fim, minha personagem
preferida e por quem chorei um pouco foi a Suhkvinder Jawanda. Ela mereceu o
que ganhou. E a mãe dela, aquela mulher horrenda, mereceu também.
E cara, como os Weedon são
criaturas miseráveis e ainda tem os momentos mais ricos do livro. A Krystal
Weedon, me fez ir da repulsa a adoração. E entra aqui, meu espanto quando dona J.K. colocou tantas vezes aquele pedaço de música. Como fã da Rihanna e da música
que apesar de se repetir tanto tem uma mensagem tão legal, tenho que por aqui:
Good Girl gone bad –
Take Three –
Action.
No clouds in the storms…
Let it rain, I hydroplane into the fame
Comin’ down with the Dow Jones…
Vídeo da música
Entre um bando de ahams e rimas, a música fala sobre ser um
verdadeiro amigo, sobre ficar até o final, não importa o que aconteça. Ironia ou não, só nos sobra
imaginar se Barry conseguiria manter aquele time sobre esse ideal. Porque
ninguém ali honraria essa letra.
E no fim, tudo foi criado pelos
adolescentes. J.K andou, andou, nos entregou 500 páginas e nos devolveu aos
adolescentes como mestres da história de toda uma cidade, personagens
principais dos grandes dramas, dos melhores momentos e das tragédias.
E se vocês não perceberam, me
recusei a comparar esse livro com aquela história que eu cresci lendo. Harry
Potter. Minha infância e adolescência construídas sobre o ideal daqueles
livros. Ao contrário do que andei lendo por aí, eu me recuso a comparar a nova
empreitada adulta da J.K com sua primeira obra prima. Mas aqui no final, eu
preciso citar que senti falta. Agora fomos simplesmente abandonados a
injustiça. Nada de o amor vence tudo. Nada de a amizade verdadeira ser
indestrutível. Nada de você pagar pelos seus pecados. Nenhuma honra, nenhum
caráter irrepreensível, nenhuma justiça acima de tudo. Aquela que demora 7
livros, mas chega. Em Morte Súbita fomos jogados no mundo real, o mundo adulto.
E não há justiça nele. Acostume–se com isso.
Eu sei lá se estava sensível ou
até na TPM, mas chorei nas últimas páginas, a música da Rihanna de quem gosto há
anos ganhou um novo significado e os Weedon acabaram sendo os miseráveis que no
final, se tornaram a parte inesquecível do livro.
E o final vem abrupto. Depois de
sofrer para vencer as 500, você vai se pegar com 5 páginas pro final e sabendo
que não há linhas suficientes ali para responder todas as suas indagações. Mas
isso não é surpresa. Afinal, ainda estamos falando da J.K.
E que final injusto. Salve Harry,
onde quer que esteja nas nossas memórias.
Até a próxima.
Lucy.
Até a próxima.
Lucy.
Olá Lucy. Amei a sua resenha, Morte súbita ta aqui na minha lista ja faz um certo tempo, e tal como você, pra iniciar eu estou sentindo uma certa preguiça. Mas depois da sua resenha, talvez eu o pegue logo. Vou sem pressa, como ´um livro um pouco longo, apesar de adorar livros com mais de 550 páginas,, sito que se eu começar a ler com muita sede ao pote, vou acabar cansando antes da hora. bjs
ResponderExcluirEykler
ótima resenha... estou louca pra ler esse livro e a cada resenha que leio essa vontade aumenta haha *u*
ResponderExcluiracho que vou acabar comprando online msm... aqui na minha cidade, o Morte Súbita tá quase o preço de um rim no mercado negro :(
enfim...
adoro o blog ;D
bjs!
www.marciacsf.blogspot.com
Que resenha intensa,meldels.. fiquei dividida em corre para ler ou colocar ele na lista dos que nunca lerei....Você me levou pelas estradas do amor e ódio durante sua resenha e eu fiquei perdida,mas isso foi uma coisa boa,tipo um desafio,você foi tão sincera e passou tanta emoção na resenha que eu não sei o que pensar,mesmo com todos os defeitos que você colocou acho que é um livro real,cru e que emociona exatamente por isso.
ResponderExcluirsaldo final: Vou ler por causa da sua resenha!!!!
bjsss
Bianca
Esse livro está na minha meta para 2013!
ResponderExcluirTodos dizer ser perfeito!
Beijinhos
Rizia - Livroterapias
http://livroterapias.blogspot.com.br/
Ótima resenha, muito bem construída por sinal! Ainda não li o livro e assim com você cresci lendo HP, e um livro novo da J.K desperta a atenção de todos, e pelo visto é um livro adulto, bem construído, com alguns pontos negativos, mas um bom livro =D
ResponderExcluirBjs
daimaginacaoaescrita.com
Bem dona Lucy vargas, eu adoro como você escreve suas resenhas como se todos já tivessem lido o livro kkkkkkkkkkkkkkkk. Legal. Confesso que diferente de você espero algo desse livro, sei lá, enfim. Ainda não o comprei, quem sabe na próxima semana, pois há uma feirinha aqui perto de casa e ele está no plástico por R$25,00, enquanto na Saraiva Virutal está por volta de R$33,00. Vamos ver o que acho. Valeu, Lucy.Bjão
ResponderExcluirA capa dele não me convenceu.
ResponderExcluirMas o livro parece ser interessante.
Acho que Rowling conseguiu tirar o universo Harry Potter e escrever um livro excelente. Isso é muito bom para alguém que ficou tão marcada com o Bruxinho ♥
Beijos
Helana O'hara
www.intheskyblog.blogspot.com.br
Olá, te vi no união das blogueiras e vim te visitar!!!Amei o blog!!!
ResponderExcluirBjus
http://blogluminoso.blogspot.com.br/
Lucy!!! Vc tem o dom da escrita!!
ResponderExcluirhehehe
Amei esta resenha, mais acho que não leria por agora!!
Muitos personagens, e vou ter que dar atenção redobrada para não perdeer nada..
bjs
MIla
Menina!!! Que resenha foi essa? enorme e cheia de paixão.
ResponderExcluirEu nunca li nada dessa autora. Calma, calma! Não fique tão surpresa eu já me considero uma E.T. por isso.
Claro que ainda irei ler Harry, afinal não ler seria uma afronta ao mundo literário. Já esse livro, apesar de toda sua paixão não conseguiu me conquistar. Quem sabe num futuro.
bjs