Sinopse:
Mulheres de água: Tímidas ou lascivas. Rejeitadas ou assediadas. Fiéis
ou volúveis. Avarentas ou perdulárias. Prudentes, perversas, esquisitas,
amorosas. Ao percorrer esta coletânea de contos de Gabriel Chalita, o
leitor tem a impressão de se ver diante de todas as mulheres e de todos
os sentimentos do mundo. A complexidade das situações vividas pelas
personagens é mostrada de modo sutil, e os recursos de narrativa vão do
lírico ao satírico, passando pelo drama, com a habilidade de quem se
apoia no olhar atento e na sensibilidade. Gabriel Chalita visita o
universo feminino e penetra na alma dessas mulheres impressionantes. O
leitor não deve esperar pelo deslumbramento, mas sim pela sinceridade. É
a vida, como em um palco, escancarada para a avidez do leitor. Temos a
solteirona que faz do projeto de encontrar um marido um compromisso em
todos os lugares, dos bailes da terceira idade às missas dominicais.
Temos a mãe, desesperada com o silêncio do filho supostamente
desaparecido, escandalosa e patética. Temos a velhota cheia de manias,
que se confessa com a amiga surda-muda. Temos a precavida professora que
não põe o pé nem na fímbria do mar, por medo do tubarão. Denotando
grande percepção, e com um estilo ao mesmo tempo claro e requintado,
Gabriel Chalita descobre na mente de suas personagens medos, ambições,
fragilidades, expectativas, frustrações. Sentimentos, afinal. Vida em
estado bruto. O autor diz esperar que ninguém passe incólume por estas
páginas. Não, não passará, como dizia o poeta. Cada um destes contos,
como um afago ou um beliscão, deixará sua marca indelével no coração dos
leitores.
Comentários:
Confesso que demorei a ver a ligação entre mulheres e água criada por Chalita. Li o livro quase que "pagando uma dívida comigo mesma", já que protelava a tempos ler alguma coisa escrita por ele. Alguns amigos educadores já haviam me dito que seus textos possuem um poder transformador incrível, que permanece com você durante muito tempo, e que Chalita tem sempre a palavra certa para determinada inquietude que tenhamos. A narrativa de Chalita é tocante, ao mesmo tempo que possui toques cômicos, que te fazem se ligar as protagonistas quase que imediatamente. Em vários momentos você enxerga a sua mãe, sua amiga, sua tia, sua professora, sua irmã, e até você mesma. Na mesma proporção em que ele te faz rir com as situações no mínimo absurdas em que cada personagem se coloca, vemos o tamanho da verdade de tudo aquilo, causando uma comoção dentro de nós. Não foi estranho para mim me sentir ligada a personagens engraçadas, como Goretti, mas ao mesmo tempo, me senti angustiada, por perceber que me coloco na posição dela em inúmeras ocasiões. O livro de Chalita impressiona pela sensibilidade e pela maneira como ele enxerga o universo feminino. Somos todas parecidas com Marias, Gorettis, Estelas e Geisas, prontas para errar, acertar, fazer rir ou fazer chorar... Sabemos quem são nossas amigas, mães e irmãs, mas será que sabemos quem somos? Não vejo no texto de Chalita uma tentativa de desvendar o íntimo das mulheres. Vejo que eles nos enxerga realmente como seres feitos de água. Mutáveis, quando necessário, e vitais para todos. Não sei se vocês terão a mesma impressão que eu ao ler esse livro de contos, mas o que posso dizer é que você aparece nesse livro. Basta saber procurar.
Elimar Souza
Elimar Souza
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OI! Ameio o blog! já to seguindo <3
ResponderExcluirxx, Julie
feitasdepapel.blogspot.com